16/06/2022

Juventude se despede do goleiro Aribaldo de Negri

Juventude se despede do goleiro Aribaldo de Negri

Foto: arquivo pessoal


É com extremo pesar que o Esporte Clube Juventude informa o falecimento de Aribaldo de Negri, 78 anos, uma verdadeira LENDA que estará marcada para sempre na história alviverde.


Um dos maiores goleiros da história alviverde, é sem dúvidas o mais emblemático. Iniciou a carreira no Floriano, de Novo Hamburgo. Depois, se transferiu para o Flamengo de Caxias antes de assinar com o Juventude em 1964, permanecendo até 1970 vestindo o manto alviverde. Foi tempo suficiente para se tornar ídolo, entrar para a história do Verdão e do futebol brasileiro.


Em 27 de junho de 65, a vitória por 2 x 1 sobre o Brasil-Pe fez Negri tornar-se um precursor em solo nacional. Pela primeira vez, ali, um goleiro utilizou luvas no Brasil. “Fui o primeiro goleiro a usar luvas porque sofri um acidente e perdi parte de um dos dedos. Não tinha outra saída a não ser procurar algum tipo de luva para poder jogar. O Pastelão, nosso técnico no Juventude em 1965, me perguntava sempre quando eu ia voltar. Eu respondia que em dois ou três meses, e ele deu a ideia: "Vai a Porto Alegre e vê se acha alguma luva". Fui em várias lojas de artigos esportivos e nada, nunca tinham escutado falar em luvas para goleiros. Até que numa pequena lojinha, a Couro Esporte, nos deparamos com uma na vitrine, cheia de pó. O vendedor disse que ela estava lá há um ano, era uma luva da marca alemã Drible. Serviu direitinho, comprei numa quarta-feira e usei no domingo”, explicou Negri, em entrevista ao jornal Pioneiro em 2015.

 

Depois de passagens por Santos, Ferroviário (PR), Caxias e Colorado (PR), Negri retornou ao Jaconi em 77 para ocupar o cargo de supervisor geral do Juventude. Porém, o destino faria com que o goleiro voltasse a vestir a camisa 1 do Verdão. "Na pré-temporada, ainda como supervisor, vi o Roberto e o Wandir se lesionaram. Então, o Enio fez-me um convite para voltar a jogar, apenas naquela emergência. Eu prontamente aceitei e após 15 dias de treinos intensivos fiz minha reestreia jogando um amistoso internacional contra a seleção de Obera, na Argentina. Acabei participando de todos os jogos da primeira fase do Campeonato Gaúcho daquele ano e quando os goleiros se recuperaram, voltei às minhas atividades como supervisor”, relembrou Negri, em 2010.

 

A situação se repetiu em 1978 e Negri voltou a atuar por algumas partidas no Gauchão. Depois disso, encerrou sua carreira de atleta e permaneceu executando funções administrativas no clube até 2001, seja no Jaconi ou na antiga Sede Campestre. Ao se aposentar, passou a curtir a família em Caxias do Sul e em seu sítio.


O velório de Negri ocorre na sala 01 das Capelas Cristo Redentor, em Caxias do Sul, com cerimônia de despedida às 18h, no Crematório São José.


O Esporte Clube Juventude e a comunidade Jaconera lamentam profundamente o falecimento de Negri, uma figura que estará sempre em destaque nas principais páginas da história alviverde. Seu legado estará para sempre marcado no clube e no futebol brasileiro. O clube deseja força aos familiares e amigos e se coloca à disposição do que for necessário.


O presidente Walter Dal Zotto Jr. decretou luto oficial de três dias, com bandeira a meio-mastro no estádio Alfredo Jaconi.