Há 20 anos, o Juventude cravava a primeira estrela no peito

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De 1995 a 2007, o Juventude figurou na elite do futebol brasileiro. Mas os 13 anos de série A só foram possíveis porque, um ano antes desta senda vitoriosa, o Verdão fez uma campanha simplesmente impecável na Série B, tornando-se campeão. E o título


Há 20 anos, o Juventude cravava a primeira estrela no peito


De 1995 a 2007, o Juventude figurou na elite do futebol brasileiro. Mas os 13 anos de série A só foram possíveis porque, um ano antes desta senda vitoriosa, o Verdão fez uma campanha simplesmente impecável na Série B, tornando-se campeão. E o título veio há exatos 20 anos, no dia 04 de dezembro de 1994.

Diante do Goiás, no Alfredo Jaconi, o Verdão venceu por 2 x 1. Paulo Sérgio e Galeano marcaram os gols do Ju, enquanto Evandro descontou. No jogo de ida, o Juventude havia perdido no Serra Dourada pelo mesmo placar, mas com melhor campanha nas fases anteriores, levantou a taça.

Para relembrar a data, o capitão daquele time, Odair Patriarca, diz ainda sentir na pele a emoção da conquista de 1994. “Depois de 20 anos da conquista, meu coração ainda acelera numa emoção tremenda. Lembro como se fosse hoje, nós todos preparados para a competição que iniciou numa vitória fora de casa contra o Tiradentes, em Brasília, por 3x0. Fomos muito bem na segunda fase e, na semifinal, também iniciamos vencendo o Americano fora de casa e em Caxias do Sul garantimos o acesso, para alegria de todos os Papos. Mas lembro que, para aquele grupo, o acesso era pouco. Queríamos ser campeões. Quando chegou a final contra o Goiás lá e perdemos de 2x1 numa grande infelicidade, eu, como capitão, procurei motivar a todos porque o jogo seguinte seria a nossa consagração. Falei que ninguém ia tirar o que era nosso. Aquela equipe era bem equilibrada e, quando chegou o grande dia, quando o Paulo Sérgio chutou a bola e o goleiro deles aceitou, eu pensava comigo: é hoje que Deus vai nos abençoar e fazer Caxias do Sul se transformar em verde e branco. Aí eles empataram, foi como uma ducha de água fria ao meu pensamento. Mas, novamente como capitão, tive que me manter forte. Aí o Veneza sofreu a falta, eu olhei para o Galeano e ele entendeu. Aquela bola começou a viajar e eu vi o momento em que a bola estufou as redes. Foi um êxtase geral. Eu corri pra um lado e todos para o outro. Foi aí que a Papada fritava: é campeão, é campeão. Após 20 anos isto não sai da minha memória. Quero dar os parabéns a todos que estiveram comigo naquela campanha. Vivenciamos momentos únicos e demos a primeira estrela para camisa do Ju. Eu sou grato a Deus por tudo que aconteceu naquele 4 de dezembro de 1994. Quero saudar o Marcos Cunha Lima e toda Papada que nos apoiou em toda a campanha. É muito bom poder,20 anos depois, abraçar a cada um e dizer: somos campeões”.

O goleiro Isoton se lembra de cada detalhe da partida que garantiu o título ao Juventude. “Uma imagem que eu guardo na memória é do momento em que a partida estava se encaminhando para o final. Nós saímos vencendo, o Goiás empatou e precisávamos de um gol. Aí olhei para o lado de fora do gramado e vi o policiamento se preparando para entrar. Quer dizer: tá acabando a partida né? Aí cruzamos a bola na área e conseguimos marcar o gol. Fui da tensão e do pavor para o alívio. Aí tive a certeza de que era nosso”, relembra o ex-atleta. Sobre o sentimento 20 anos depois, Isoton diz que é motivo de muito orgulho ter feito parte desta conquista. “O grupo era muito unido e confiante de que conseguiria os resultados que precisava. Todos eram valorizados e não havia uma grande estrela. Tínhamos ótimos jogadores, reforços que vieram inclusive da Parmalat, mas que pegavam junto, brigavam e lutavam. A própria imprensa exaltava o time como um todo. Na época, sabia que havia sendo uma grande conquista. Hoje, porém, vejo a dimensão disso. Abrimos as portas para outros grandes títulos do clube. Na festa dos 100 anos do clube pude ter uma noção exata da importância daquele ano na história do clube. Hoje, sinto muito orgulho de ter feito parte e me emociona lembrar de tudo o que aconteceu. O reconhecimento de tudo isso não tem preço”, finaliza.

Mas um time campeão tem que ter, por obrigação, aquele camisa 9 matador. E Mário Maguila carregou esta responsabilidade, tornando-se, inclusive, o artilheiro da competição, com 11 gols. “Parece que foi ontem. Toda aquela campanha está viva na minha memória e no meu coração. Vivo isso todos os dias e lembro muito bem da nossa alegria, da torcida e da cidade. O Juventude sempre foi um grande time, mas em 1994 demos um passo que colocou o Juventude em notoriedade e que incentivou o clube para outras grandes conquistas, tornando-se uma equipe tradicional como é hoje. Sou realmente muito feliz por ter contribuído com aquela conquista e me trás muita emoção quando vou a Caxias do Sul e sou reconhecido pela diretoria, pela torcida e pela imprensa. Afinal, naquele ano, fui o artilheiro, mas de nada adiantaria isso se a gente não tivesse garantido o acesso e o título. Por isso, tenho a sensação de dever cumprido com a camisa do Juventude”, destaca um dos maiores artilheiros da história recente do Verdão.

Maguila, aliás, protagonizou uma das imagens mais marcantes do Juventude. Diante do Americano, no Jaconi, Julinho marcou o gol que garantiria a vitória e colocaria a equipe na final da Série B. Enquanto todos comemoravam com o autor do gol, Maguila foi ao encontro do repórter Régis Rösing e, para a câmera, soltou a frase: “Brasil, olha o Juventude tchê!” O jogador relembra com carinho da cena. “Aquele gol nos colocava na final, mas também nos dava o acesso para a Série A. Então, fui para a câmera e dei o recado. De fato, o Juventude figurou anos e anos na elite e foi temido por adversários.”

O Esporte Clube Juventude parabeniza a todos os jogadores, funcionários, dirigentes e torcedores que participaram da campanha vitoriosa de 1994. Grandes conquistas jamais são esquecidas. Que nos próximos anos tenhamos momentos tão especiais quanto este e que o Brasil possa ver, mais uma vez, a força do Juventude.

Jogos da primeira fase
Bangu 0x0 Juventude
Tiradentes 0x3 Juventude
Ponte Preta 2x1 Juventude
Juventude 2x1 Ponte Preta
Juventude 2x2 Bangu
Juventude 5x1 Tiradentes
Coritiba 0x0 Juventude
Mogi Mirim 1x2 Juventude
Juventude 0x1 Mogi Mirim
Juventude 1x4 Coritiba
Classificou-se para a segunda fase em terceiro no Grupo D, com 11 pontos.
Ponte Preta 0x1 Juventude
Goiatuba 1x1 Juventude
Atlético-PR 2x2 Juventude
Juventude 4x2 Atlético-PR
Juventude 2x0 Goiatuba
Juventude 5x3 Ponte Preta
O Juventude classificou-se para a semifinal em primeiro no grupo, com 10 pontos.
Americano 0x1 Juventude
Juventude 1x0 Americano
Classificou-se para a final
GOIÁS 2x1 JUVENTUDE
JUVENTUDE 2x1 GOIÁS

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